quarta-feira, julho 06, 2011

Nortada


Agora que se aproximam as férias e a época balnear, quem como eu, adora uma prainha, já anda preocupado com a famosa nortada, aquele vento frio e chato que nos faz tiritar e apanhar grandes banhos de areia, além de nos obrigar a ir sempre equipados de irritantes pára-ventos, horríveis de carregar e montar, para preguiçosos como eu.



Este facto, os nevoeiros matinais e a temperatura friada água, que nos faz diminuir os "tintins" e respectivo apêndice, são os grandes obstáculos para usufruirmos na plenitude das belas praias que temos cá no Norte, mas enfim, não se pode ter tudo, temos o famoso iodo de que falavam os meus avós, por exemplo em Lavadores, óptimo para a saúde...



Por falar de Nortada, esta palavra também significa "levar tudo à frente", a modos como o FC Porto fez este ano, ou seja, soprou a bom soprar e ganhou tudo o que havia para ganhar, mas infelizmente, o Norte nem sempre fica por cima e por isso fui buscar excertos de duas crónicas do JN muito pertinentes, que colocam o dedo na ferida do que vem acontecendo - também com culpas próprias - ao Norte e porque não, ao resto do País, exceptuando a capital centralista...

De Jorge Fiel:

"E está bem viva na nossa memória a tentativa de assassinato a sangue frio do Sá Carneiro, perpretada pela TAP ao retirar-lhe a esmagadora maioria das ligações directas, diligentemente centralizadas em Lisboa.
O nosso aeroporto apenas sobreviveu porque a a Lufthansa e Ryanair identificaram na deserção da TAP uma oportunidadede que rapidamente tiraram partido. Os alemães reforçaram logo o número de voos diários do Porto a Frankfurt, usados pelos homens de negócios nortenhos que preferem escalar um aeroporto nas margens do Meno do que do Tejo." ler o resto aqui


De Manuel Serrão:
"Por um lado, gostaria de saber por que é que se começou a cortar nesta linha (Porto-Vigo). Nem sequer se pode dizer que é a que estava mais "à mão", porque os cortes são decididos em Lisboa...
Infelizmente, penso que é o inelutável princípio de cortar sempre no Norte, ou no mínimo, começar a cortar sempre no Norte.
É neste ponto que se dá o entroncamento com a introdução das portagens nas Scut. Também quando foi urgente pedir mais sacrifícios aos portugueses para acudir ao mau estado das Finanças Públicas, foi aos do Norte que se começou a pedir que pagassem." Ler o resto aqui.



Realmente é necessária uma boa nortada que sopre intensamente na capital do império a ver se as coisas mudam...