quarta-feira, maio 28, 2008

Ao combate



Num post anterior falava de que deviamos fazer algo contra o descarado aumento do preço da gasolina e que a 1, 2, 3 de Junho não se deveria comprar nada na Galp, BP e Repsol.
Pois bem, acho é que até surtir efeito não se deveria mais gastar lá um cêntimo furado.
Os pescadores vão fazer greve, os agricultores movimentam-se. Todos deveriam seguir esse caminho, taxis, autocarros, transportes, etc.
Os automobilistas, concertadamente por sms, blogs ou outros meios, deveriam parar, a uma hora combinada, 5 minutos em dias seguidos, até o governo considerar tomar medidas e decidir o congelar dos preços ou diminuir o imposto.
Para congelar os salários andam eles depressa.
Se nada fizermos e ficarmos à espera, nada vamos conseguir.
Basta de pouca vergonha, unidos venceremos, já se dizia em 74. O que é preciso é dar o grande passo em frente.

terça-feira, maio 27, 2008

Duas datas memoráveis







Mês de Maio ...
Dia 27 do ano de 1987 vi na TV na companhia do meu saudoso Pai a saga de Viena, o calcanhar de Madjer, o golo de Juary ... Loucura incontrolada, festa na baixa até às tantas,o cumprir da promessa do Presidente quando dizia na campanha eleitoral " Se queres um FC Porto europeu, vota Pinto da Costa ".Foi o começo das grandes conquistas.

Dia 26 do ano de 2004 a saga de Gelsenkirshen no seguimento da vitória na Taça UEFA em Sevilha no ano anterior com golos do Carlos Alberto, Deco e Dimitri Alenishev.
Desta vez estive presente, mais uma alegria infindável, o orgulho em ser Dragão.

São esses momentos que hoje recordo, emocionado, através das imagens dos capitães exibindo o ambicionado troféu.

Ganhar de novo a Champions??? Como diria Mourinho, será difícil mas não se diga irrepetível.

Há que actuar





Meus caros ... se nada fizermos por nós, não é o socras e a corja que por aí anda que o vai fazer.
Os movimentos cívicos já provaram a sua força várias vezes, há que actuar e não só com boicotes à Galp... Mas já é alguma coisa.

quinta-feira, maio 22, 2008

O Estádio de Oeiras, dito Nacional




Tendo ido a Oeiras ver a final da Taça, verifiquei mais uma vez à saciedade que o dito Estádio Nacional inaugurado pelo Estado Novo em 1944 para fins propagandísticos do regime não tem condições.
É bonito, isso é, mas hoje em dia, com os novos Estádios, tornou-se completamente ultrapassado em conforto e … segurança.
Se tivesse chovido o jogo todo – só houve chuva uns minutos – teríamos todos levado uma molha das antigas, para fazer um xixi, quem ficar nos lugares mais baixos tem de subir imensos degraus até chegar a umas retretes pequenas e desconfortáveis ou então fazer nas plantas ( como eu ). È um Estádio helénico mas tem uma tenda de casamentos a proteger a (des ) comunicação social ! As entradas e saídas são confusas e apertadas tipo salve-se quem puder, com o pessoal a trepar as encostas até chegar à saída. O espaço entre as filas é estreito e não ajuda à passagem de quem entra e sai… Se houver crise e sururu … pode ser muito perigoso …
Mas estes nacionais-centralistas da federação insistem em fazer a festa da Taça neste local recusando-se a que a final não seja na capital do Império. Cairia o Carmo e a Trindade.
À nossa volta vemos estádios às moscas, modernos e com boas condições ( Algarve, Aveiro, Leiria ...) que quase não são utilizados !!!
Há que repensar isto e depressa por muito que estes senhores não queiram.
Por mim, nas próximas edições, devia haver boicote dos Clubes a este espaço bem como dos adeptos. A mim não me apanham mais.
E até sou insuspeito para falar deste local pois dele tenho muitas boas recordações …
Nos idos anos 70 fui lá muitas vezes competir e aí fui Campeão Nacional pelo meu Clube, o Futebol Clube do Porto, em Atletismo.
Mas para futebol é que já não dá e está na hora de se tomar uma posição drástica.

quarta-feira, maio 21, 2008

Sacos Fashion

Saco muito útil e giro para as compras ...




Com funções interessantes ...





Com as minhas desculpas mas não resisti a retirar estas imagens do Blog TillyVisão, um dos meus Blogs favoritos e que recomendo.

E isto não se investiga????



No Jornal record anda uma polémica interessante entre duas figuras chamadas Cunha Leal - Director Executivo na Liga quando o presidente do clube dos ditos 6 milhões afirmou que preferia ter gente na Liga a uma boa equipa - e o jornalista Rui Santos, que nas suas análises nunca trata o FC Porto muito bem.
A resposta de Rui Santos é bastante eloquente em relação ao que se passou quando esse clube foi campeão pela ultima vez e à actuação desse senhor...
Afinal onde está a seriedade dessa gente que se apregoa limpa e transparente???
E não se investiga?

Aqui vai a " pérola ":

A resposta de Rui Santos :

"Cunhal Leal está indignado. Tem toda a razão para estar. Ele foi mandado para a Liga pelo presidente do Benfica para contrariar o poder do major. Convenhamos que é um grande azar, sobretudo quando quem o mandou para a Liga confessou, perante a estupefacção geral, que seria porventura mais importante ter alguém naquele organismo do que contratar bons jogadores.

O estigma não fui eu quem lho pus. Aceitou-o, porque sabe muito bem ao que foi e não se pode confessar enganado. Se não soubesse ao que ia e se cumprisse o seu dever de isenção, não teria autorizado a farsa que constituiu a marcação do Estoril-Benfica para o Algarve, na jornada 30 do campeonato de 2004-05, cujo desfecho foi decisivo para a atribuição do título nessa temporada.

A sua credibilidade morreu nesse momento. Quem consente um escândalo dessa natureza (embrulhado noutros escândalos da época), quem se cala perante uma situação potencialmente subversiva, inquinando a verdade desportiva, não tem um pingo de moral para vir falar agora, como especialista de coisa nenhuma, a não ser o de defender interesses de um só clube e de uma só cor, de qualquer tipo de regulamentos, numa clara manobra de visar o FC Porto.

As “criadas de servir” dos clubes são, também, na Liga ou na FPF, grandes responsáveis para o estado lamentável a que o futebol chegou. Em causa está apenas a “clubitização da justiça” – e percebo o incómodo que a temática causa para quem aplica os regulamentos apenas em certas condições de pressão e temperatura.

Outro grande azar foi Luís Filipe Vieira ter afirmado – já depois de Leal ter cumprido a missão para a qual tinha sido incumbido – que o Benfica porventura não deveria ter conquistado aquele título de campeão nacional. Realmente, é demasiado azar para quem tanto se esforçou para justificar o “investimento” num director e não em jogadores.

Azar e... falta de nível! É o mais vulgar quando não se tem poder de argumentação.

PS – O extraordinário desempenho como figurante no filme ‘Corrupção’ diz tudo sobre a pobre figura."

sábado, maio 17, 2008

Um Olhar de Fora



Não resisti em colocar para reflexão este texto que está publicado no Blog BiboPorto, de um autor desconhecido e que traduz de forma eloquente a vergonha que se tem passado fruto de um bando de pessoas que se organizou de forma a destruir o FC Porto e o seu Presidente e desviar a atenção dos maus resultados e péssima gestão.
Na imagem, onde se lê o nome do " falante ", o chefe da banda, poderiam estar outros, desde a morgadinha dos canaviais, ao marechal saldanha, aos pinhões, aos auto-elogiados costas...
Dois pesos, duas medidas, umas escutas contam, outras não ( lfv escolhendo árbitros para a Taça e a dizer que vai tratar disso por outros lado ), a delocação do jogo com o Estoril para o Algarve, etc, quem quiser faça o favor de ver o " Apito Bermelho " aqui ao lado ...
Estes tipos só merecem o que está na imagem.
Então aqui vai o texto:

" Eu não sou portista mas tal facto não me impede de encarar os factos com seriedade e de os tratar como tal; factos e não convicções. Presentemente tenho que confessar que já não consigo calar a minha revolta e estupefacção pelo momento que atravessa Portugal.
Assistimos, neste momento, ao assassinato social de uma personagem pública, em absoluto frenesim mediático e perante o gozo, finalmente alforrio, de três quartos do país. Pinto da Costa é o seu nome e atrás dele arrasta-se pelo chão o nome do clube a que ele preside - o Futebol Clube do Porto. Na entrega dos Globos de Ouro, onde o Jesualdo Ferreira recebeu o galardão de treinador do ano, as vaias e apupos que se ergueram só não foram mais explícitas na transmissão televisiva por causa das palmas pré-gravadas; esta reacção fez-me corar de vergonha como se tivesse sido eu o alvo. Perante a audiência das elites mediáticas sufragou-se o nojo do país por tal clube e presidente. No dia seguinte a um outro espectáculo mediático, este o da leitura da sentença da Liga de Clubes, publicaram-se notícias sobre a perda de sigilo bancário de Pinto da Costa em relação a contas de empresas suas, vítimas de denúncias de Carolina Salgado. Quando o inimigo cai no lodo não se deve cometer o erro estratégico de o deixar levantar; as solas das botas servem para alguma coisa. Mas afinal qual a causa que levou, finalmente, à condenação, não dos tribunais – que estes são o que sabemos – mas em sede da opinião publica (desportiva?), do homem por causa de quem foi formada a segunda equipa especial de investigação do Ministério Público em toda a história da terceira república em Portugal. Antes desta só uma foi criada e foi-o para investigar um outro fenómeno de "proporções equivalentes": as FP 25 de Abril. O que está aqui em causa não é se ele é corrupto ou não. Eu disso não sei e se o for não sei se é muito diferente dos que o perseguem, inclusive dos que dirigem o meu clube. O que está aqui em causa são duas acusações específicas, ocorridas numa determinada data, envolvendo determinadas pessoas. Acusações que são o corolário de anos de investigação por parte da mais cara e mais "independente" equipa de investigação em Portugal e que continuamos a pagar como se não houvesse problemas mais graves a resolver neste pais. Por mais que alguns queiram, não se trata de absolutamente mais nada.Todos os que comentam este caso confessam, em privado ou na televisão, o seu desconhecimento do processo, mas no entanto louvam a coragem da condenação. Como é possível? Que estado de loucura é que nos atingiu? De certeza que não é por causa das escutas telefónicas que Pinto da Costa será condenado, porque se for, não se compreende por que é que as escutas que mostram Luís Filipe Vieira, João Rodrigues e Veiga a escolher árbitro e pedir favores, e que foram publicados nos mesmos jornais, não deram origem a processos. De certeza que não é por causa do testemunho de Carolina, porque em qualquer parte do mundo ela não seria considerada uma testemunha credível. Não por causa do seu passado de alterne, mas porque é uma companheira desavinda e com pronunciada e notória intenção de denegrir o antigo companheiro. Para além disso nunca conseguiu apresentar qualquer prova do que afirmou, exibindo apenas testemunhos contraditórios. E testemunhos valem o que valem. Todos podemos dizer mal ou bem de quem nos apetecer. Pinto da Costa é condenado porque existe uma generalizada convicção de culpa. De que é corrupto e que arquitecta os resultados do clube a que preside à mais de vinte e cinco anos e que portanto este não os merece e que lhes deviam ser retirados. Esta convicção continua a ser uma convicção e não uma certeza, depois do falhanço da toda-poderosa equipa de Morgado em apurar factos novos e emancipados da Carolina. Neste momento a equipa da eminente magistrada investiga transferências de jogadores do FCP e mais recentemente empresas de Pinto da Costa para apurar fugas ao fisco. Tudo com base nas informações de Carolina. Já não se trata de futebol. É a procura de um ponto fraco, do calcanhar de Aquiles. Trata-se de um inimigo que urge abater a qualquer custo. Se doer melhor. Eu nisto não me revejo. E quem possui, então, esta convicção tão forte que até se confunde com uma certeza? Esta convicção que desmobiliza qualquer interesse sobre aspectos legais ou morais e apenas direcciona para o pelourinho. Os adeptos do Porto não a têm, claro.Têm-na os adeptos dos seus dois clubes realmente rivais, os quais constituem perto de três quartos dos adeptos em Portugal. E como é possível que massas tão colossais de pessoas tenham crenças tão parecidas ou tão diferentes? A explicação não me parece difícil. Todos se lembram do campeonato ganho pelo Sporting em 1999/2000? Pois o Sporting chegou ao último jogo com dois pontos de vantagem sobre o Porto, depois de o segundo ter sido "roubado" de uma forma – mesmo eu tenho que admitir - inacreditável, por Bruno Paixão em Campomaior. Os meus amigos portistas ficaram cabalmente convencidos da corrupção desse campeonato que lhes roubou o "Hexa". No ano seguinte o mundo do futebol escandalizou-se com a benevolência com que o "sistema" permitiu ao Boavista molhar a sopa em praticamente todos os relvados do país, deixando uma esteira de mortos e feridos nas fileiras adversárias. Em 2001/2002 o Sporting ganhou um campeonato em que os adeptos contrários se indignaram com o número de jogos resolvidos com penaltis. As suspeitas foram como de costume descomunais.Em 2004/2005 o Benfica arrecadou um campeonato invulgar, pisando com pezinhos de lã o que se convencionou chamar de "passadeira vermelha". Mais uma vez foi grande e generalizada a revolta e a suspeita. Ora, este curto parágrafo contém a descrição de todas os campeonatos ganhos por equipas adversárias do Porto desde 1994 e isto é que constitui o cerne do problema. Basta aplicar a fórmula explicada em cima para se perceber o porquê do ódio ao Porto e da convicção, por parte dos adversários, da sua culpa e da do seu presidente que tem permanecido o mesmo. Neste país ninguém ganha por merecimento. Tudo ganha na batota.Ganhasse o Porto dois campeonatos por década e era um clube simpático e o presidente um tipo culto que até declama poesia, passe a pronúncia. É claro que existe corrupção no futebol.Ninguém é ingénuo. No futebol e na politica, nas modalidades amadoras e sociedades recreativas. A corrupção existe onde existem interesses.Nas mesas de café, por entre cervejas e tremoços, os amigos e conhecidos repartem amigavelmente estas histórias e convencimentos, riem-se do golo que marcaram com a mão e ofendem-se com a vista grossa feita à bola que bateu em pelo menos 15% do ombro e portanto deveria ser penalti. Falta apenas o catalisador de todas estas energias, positivas e negativas e o catalisador são os media. No momento em que escrevo este texto não sei quantas pessoas o vão ler, mas se o fizer na televisão sei que vai ser escutado por milhões. Os dirigentes dos clubes que não ganham o suficiente, ou então velhas comadres desavindas, extravasam os seus ódios e dissimulações nos meios de comunicação e catalisam todas as frustrações dos adeptos que conduzem da mesma forma que os políticos gerem os povos nos comícios e mesas de voto.Temo que o processo tenha ido longe demais e apenas a justiça civil tenha oportunidade de repor o estado de direito que permanece na aparência mas que foi suspenso de facto. Nesta sociedade, quem acusa tem que provar, não o contrário. Nesta sociedade, perante a justiça, causas iguais originam processos iguais. Não pode haver descriminação.Não pode haver perseguição. Aquilo que está aqui em causa é apenas demonstrar se os dois acontecimentos de que Pinto da Costa é acusado são provados ou não. O resto é política, mediatismo ou clubite. Quando a chacina de uma pessoa por causa de campeonatos ou outra coisa tão mesquinha como esta, é permitida - gostemos da pessoa ou não da pessoa, e eu não gosto - mais vale passarmos mudarmos de vida. No fim, o trago será sempre amargo. Assim não vale a pena.

Um olhar de fora"

segunda-feira, maio 12, 2008

Obrigado Jesualdo



Numa altura difícil para o Clube devido à soez perseguição de que tem sido alvo Jesualdo Ferreira recebeu o Globo de Ouro de uma estação televisiva.
No meio de uma plateia hostil e invejosa, cheio de " personalidades " discutíveis, o Professor teve um discurso fantástico que por certo entalou os " assobiantes ".
Mostrou dignidade e falou da chave das vitórias ...Competência,trabalho,organização, união... O resto é conversa fiada de falhados.
Aqui fica um excerto do discurso:

" Quero partilhar este prémio com o FC Porto, em especial ao meu Presidente, que me deu a possibilidade de chegar ao sucesso. Quero partilhá-lo também com a minha equipa técnica, com a minha equipa médica e com todos os profissionais que enquadram a estrutura do FC Porto. Por fim, partilhá-lo com os meus jogadores, foram bravos, foram brilhantes, foram fantásticos, porque nós no FC Porto aprendemos que ninguem ganha sozinho.”

sábado, maio 10, 2008

ORGANIZAÇÃO



Lá saiu o apito final que estava em segredo de justiça mas que bateu certo com o que o correio da manha ( sem til ) tinha publicado dias antes !!!!
Um pavão avermelhado, orgulhoso do seu trabalho ao serviço da causa de um invejoso orelhudo ( segundo consta, na sua faculdade ufanava-se por ser um benfiquista do norte ) ia debitando elogios à sua própria pessoa e lamentava-se de não ter podido ser ainda mais duro com aquilo que é realmente o espírito do apito … destruir o FC Porto e o seu Presidente.
Na verdade lisboa, os seus clubes, os vários governos e a comunicação social instrumentalizada nunca suportou que um Clube do Norte, da Cidade do Porto pudesse fazer frente ao ignóbil centralismo de que padecemos, como não suportam nada que lhes faça frente vindo de outros cantos do País.
Não suportam o sermos melhores, ganharmos bem sermos mais organizados, termos os melhores jogadores e o melhor Presidente, etc…
Naquelas cabeças isto não é possível, lembro um amigo que tinha uma empresa de sucesso com sede no Porto e que se rebolava de riso ao ver a cara de espanto dos lisboas quando, orgulhoso, mencionava esse facto. Para eles isto é impensável…
Daí que, não ganhando em campo tentaram ganhar na secretaria, inventando factos, difamando e armando-se em virgens ofendidas pressionando e contando com a conivência malévola dos poderes instituídos.
Não o conseguiram … o peru vaidoso, baseado em nada bem esperneou, não pôde ir além do que queria, já fala em alteração dos regulamentos.
Não nos tirou o Campeonato galharda e brilhantemente ganho…Subtraiu-nos 6 pontos mas tinha que ser logo este ano… temos pontos sobre a concorrência para dar e vender.
Suportar estes ataques, ganhar e logo com grande margem de manobra, a isto chama-se ORGANIZAÇÃO.

( A imagem foi retiada do Blog " Reflexão Portista " )

sexta-feira, maio 02, 2008

Helder Pacheco, o FC Porto e o Centralismo




Sigo sempre com muito interesse as opiniões do grande portuense Hélder Pacheco, os seus livros, fotografias, as suas ideias, o seu amor pelo Porto e as suas posições claras contra o centralismo que oprime o País inteiro.
Com ele já me cruzei algumas vezes em palestras, acções de formação e até num autocarro em Gelsenkirshen quando nos preparávamos para ser mais uma vez Campeões Europeus. Não resisti e meti conversa tendo a mesma focado precisamente esta questão da afirmação do FCP contra tudo e todos, mesmo em relação a alguns “traidores” que, chegando a Lisboa, logo apanham os tiques centralistas da capital e esquecem as suas origens.
Assim não resisto em transcrever, para reflexão, um artigo seu publicado no JN e que descobri através do Blog “ Renovar o Porto “ que resume de forma brilhante o que penso também sobre o assunto:


" No Grande Auditório do Soviete Supremo do Nacional-Centralismo, reuniu a respectiva assembleia-geral para análise, discussão e propostas relativas aos pontos únicos da agenda «Pode o Império Centralista continuar a consentir que o F. C. Porto ganhe campeonatos? Pode o Império consentir que uma equipa da província, sem representatividade nacional, mantenha a supremacia sobre as glórias do centralismo?»

A tais questões, pronunciaram-se os seguintes representantes dos Organismos Tutelares do Centralismo da Confraria dos Centralistas Devoristas, que advertiu; da Confraria Centralista dos Gestores 7+ (acima dos 7 empregos), que berrou; da Confraria Centralista dos Gestores 7/5 (entre 7 e 5 empregos), que uivou; da Confraria Intelectual Centralista, que bolsou; da Confraria dos Assessores Centralistas, que gritou; da Confraria de Legisladores Centralistas, que decretou; da Confraria dos Grandes Incompetentes Centralistas, que dejectou; da Confraria dos Médios Incompetentes Centralistas, que arengou; da Confraria dos Provincianos Convertidos ao Centralismo, que grunhiu; da Confraria dos Centralistas subvencionados pelo Estado, que cuspiu; da Confraria dos Centralistas nomeados por proximidade do sistema, que ganiu; da Confraria dos Centralistas infiltrados nos Meios de Comunicação, que ladrou; da Corporação dos Centralistas Avençados, que exortou; da Corporação dos Centralistas Disfarçados, que invectivou; da Confraria Centralista da vista grossa à Insegurança no país, que programou; da Confraria dos Consultores Centralistas, que bradou; da Corporação Centralista de Comentadores de TV, que expeliu; da Corporação Centralista dos Acumuladores de Subsídios, que ejaculou; da Corporação Centralista promotora do abastardamento da Língua Portuguesa, que perdigotou; da Corporação Centralista do Cosmopolitismo Importado, que mesurou; da Corporação do Proteccionismo Centralista, que rezingou; da Corporação Centralista dos Exterminadores de Serviços Regionais, que peidorreou; da Corporação dos Yes-Men and Job for the Boys Centralization System, que arrotou; da Corporação dos reality-shows Centralistas, que discorreu; da Corporação dos Esbanjadores Centralistas, que vituperou; da Corporação Centralista dos Saudosos da Censura Prévia, que baliu; da Corporação Centralista dos Grupos de Trabalho, que praguejou, e todos em uníssono votaram: «Não podemos consentir!» e «É ultrajante!».

Face à unanimidade, a Assembleia aprovou as seguintes conclusões 1.º - Uma cidade a que o centralismo retirou quase tudo: emprego qualificado, sedes de empresas, serviços, investimento público, etc., não pode manter um clube que ganha campeonatos consecutivamente; 2.º -A única coisa que o centralismo ainda não conseguiu extorquir ao Porto são os campeonatos; 3.º - Como os clubes centralistas não ganham no campo, é preciso fazê-los ganhar em jogos fora do campo.

Para isso, serão adoptadas medidas imediatas a) lançar uma OPA sobre o F.C. Porto, transferindo-o para a capital; b) aumentar o IVA do F. C. P., em 80% e os impostos em 90%, para o fazer ir à falência; c) depois do dourado, lançar apitos prateados, verdes, laranjas, vermelhos e até PINK - cor favorita dos centralistas - para descredibilizar o F. C. P.; d) formar um consórcio editorial para publicar exclusivamente livros de autores de nomeada - designadamente mortos ou moribundos - contra o F. C. P.; e) classificando-o como local altamente perigoso para o centralismo, expropriar o Estádio do Dragão por razões de Estado; f) fazer aumentar a taxa de desemprego da Área Metropolitana do Porto para níveis que obriguem à emigração dos adeptos do F. C. P. para trabalhar na Galiza; g) legislar no sentido de impedir os menores de 90 anos de assistirem aos jogos do F. C. P.; h) em caso de insucesso destas medidas, determinar que, no início dos campeonatos, os clubes do centralismo partam com 20 pontos de avanço.

Mal esta notícia chegou à cidade, na Vitória, na Sé, em Campanhã, em Lordelo, no Aleixo, no Cerco do Porto, no Monte Crasto, no Monte da Virgem, nas Cachinas, em Rio Tinto, na Feira, em Avintes, Custóias, Valongo e por aí fora, em toda a parte onde há dragões, milhares de bandeiras azuis se agitaram. E, enquanto os mais velhos cantavam a Maria da Fonte «Pela santa liberdade / Triunfar ou perecer», todos faziam o gesto do zé-povinho na direcção do antigo Sul (agora mudado pelos centralistas para West Coast) e os jovens portistas cantavam: «Esta vida de dragão / Só dá campeão! Tra-lará-lará - lará, lará-lará.» "
Hélder Pacheco, Professor e escritor