sábado, junho 30, 2007

Sim, srs Ministros ( e respectivos amanuenses )



A Liberdade está em risco desde que este (des)governo tomou posse.
Autoritário, autista, petulante, são incontáveis os casos em que nos aproximamos da antiga postura salazarenta a que Abril pôs fim.
Passados 33 anos da Revolução dos Cravos, um governo que até se diz socialista, desata a atentar contra tudo e contra ( quase ) todos não parando de dar uma triste imagem de défice democrático e colocando em causa constantemente as garantias de direito à liberdade de expressão e a muitas outras coisas que para este post não vem ao caso.
Falo da perseguição ao Professor Charrua pela Directora Regional - ex sindicalista - entretanto premiada na manutenção do seu cargo, da questão ligada ao Blog " doportugalprofundo " onde o seu autor colocou em causa a licenciatura do primeiro ministro e agora está constituído arguido por ter ousado colocar em causa tão "douta" pessoa e, a coroar este rol, o inenarrável ministro da saúde exonera uma Directora do Centro de Saúde de Vieira do Minho por esta ter " permitido " um cartaz com mais um dito jocoso a gozar com o ministro.
Estas pessoas que infelizmente nos governam, que falam de alto para o povo e baixam-se ao grande capital nem capacidade tem para se rir deles próprios.
Está em marcha o que eu já vi designar por PTEC, Processo Totalitário em Curso.
Até quando????

1 comentário:

Anónimo disse...

CHEIRA AO MEDO DO “ANTIGAMENTE”…

Amigos,


Às vezes temos mesmo de dizer o que nos vai na alma. Foi o que fiz.
Sinceramente, nunca me senti tão incomodado com este odor fascista que paira no ar.
Ou rapidamente enterramos o cadáver ou dá-me ideia que a coisa tende a piorar.
Enviei este texto para alguns jornais, não sei se sai em algum, se não sair, paciência, divulgo assim, "à unha".


O actual governo, presidido por Sócrates, é violento. Não como outros que o foram antes. Quem não recorda, por exemplo, a violência cavaquista patente, pelo menos, em dois momentos inesquecíveis em que colocou na rua a polícia para reprimir manifestantes: uma vez, no tão célebre quanto triste episódio dos “secos” e “molhados” em que a polícia carregou sobre a polícia; outra vez foi a repressão na Ponte 25 de Abril contra quem contestava o aumento das portagens.

Era a violência física usada para que não restassem dúvidas sobre o poder de quem o detinha. Uma violência que, dada a visibilidade, chamava outros ao protesto nem que fosse para contestarem a própria violência. Contestar, na altura, custaria, quanto muito, o susto de ter de fugir à polícia, mas, para isso, bastava um pouco de argúcia e alguma preparação física.

Hoje é diferente. A polícia não actua da mesma forma. Mostra-se ao longe, identifica (de preferência sem dar muito nas vistas), anda à paisana e usa câmaras de filmar. Porém, embora a polícia se mostre menos, a violência existe talvez mais perversa, pois não deixa nódoas negras na pele. É a outra violência, a que sem deixar marcas exteriores ainda dói mais, aquela que semeia o medo e, dessa forma, contribui para que atinja os seus objectivos quem dela se serve.

Casos com o da DREN/Charrua, o da ex-delegada de saúde de Vieira do Minho, o do autor do blogue Portugal Profundo, as ameaças aos potenciais aderentes à Greve Geral ou o fortíssimo ataque que está a ser movido ao movimento sindical e aos seus dirigentes são sintomáticos do tipo de violência que procura instalar-se e que contribui para a generalização do sentimento de medo.

É o medo de falar, de dar a cara, de denunciar publicamente, de dizer as verdades, de protestar, até de comentar criticamente nem que seja à mesa do café. Sim, porque agora há, de novo, os bufos. E os bufos podem estar na mesa do lado, na secretária em frente, na esquina da rua… bufam para se prestigiarem diante do poder e, talvez assim, garantirem um bom futuro, apesar da sua mediocridade. E é neste caldo de cultura que vai crescendo o medo. O medo do processo disciplinar, do sinal vermelho no registo biográfico, do traço azul no texto, do esfumar da progressão na carreira, de perder o emprego e, assim, a casa, o carro, o futuro dos filhos…

Sócrates há dias, com o seu ar presunçoso, sorria junto de quem o contestava e, para as câmaras da televisão, informava o país de que era um “político democrático”, não fosse o país ter disso dúvidas. Mas será democrático o líder de um governo que fez regressar ao país a intolerância política, o delito de opinião, a violência que semeia o medo?!

Evitar que o medo se instale de vez é exigência que se coloca a todos os que acreditam nos valores democráticos. Nestas circunstâncias, lutar contra o medo não é só um direito que nos assiste, é um dever que se impõe a todos nós. É necessário que, sem medo, enxotemos os ditadorzecos que certas conjunturas promovem. Políticos que, ilegitimamente, abusam do poder que legitimamente conquistaram. São os salazarentos deste início de século XXI, sapato de verniz em vez de botas, que nem marcelentos merecem ser considerados.

Desconheço se um dia cairão de alguma cadeira, mas do poder tombarão sem glória, pois apenas os heróis são glorificados pelo povo. Quem ataca e fere os que menos têm e menos podem, jamais merecerá glória. Desses, o povo costuma dizer que “Deus nos livre deles!”, mas depois é o próprio povo que perde a paciência de esperar a intervenção divina e deles se livra. Estou convencido que será assim de novo…

Mário Nogueira
Professor, Coordenador do SPRC e Secretário-Geral da FENPROF


Texto retirado do Blog:
http://joaotilly.weblog.com.pt/