quinta-feira, julho 01, 2010

Cada vez mais à beira do abismo... se nada fizermos...



Acabado para nós o Mundial, é hora de regressarmos à realidade pura e dura.
Daí ter ido buscar uma imagem do WeHaveKaosInTheGarden e um texto excelente do Manuel António Pina que reproduzem bem a actual realidade e o que vamos enfrentar, conduzidos por políticas desastradas de políticos desastrados, com a agravante de que quem vier (PPC) não fará melhor pois são todos farinha do mesmo saco.
Só lamento que o Povo não aprenda, que ainda não se tenha dado conta que a actual democracia é apenas um acto simbólico de ir pôr um voto, elegendo incompetentes vendidos à ditadura do grande capital.
Saramago escreveu um excelente livro, o "Ensaio sobre a Lucidez" falando de gente que um dia decidiu votar em branco.
Temo que um safanão destes não seja suficiente e que uma luta contínua na rua seja precisa, senão estamos fritos nos ataques ferozes de que somos vítimas, os mais desfavorecidos em primeiro lugar.


"O dia de todos os prodígios
00h36m, por Manuel António Pina

Apartir de hoje, tudo custará mais 1% (porque ou há moralidade ou tudo paga o mesmo, o pão como as trufas e o champanhe francês).

Mas não aumenta apenas o IVA, aumenta também, para quem não tiver trabalho, o tempo de descontos necessário para ter direito a subsídio de desemprego.

Ao menos nesse campeonato, o da destruição do Estado Social, não só ganhamos à Espanha como lhe estamos a dar uma abada pois, a partir de hoje, além de ser preciso descontar mais tempo para se ter subsídio, este será mais reduzido e os desempregados serão obrigados a trabalhar por menos dinheiro.

E - já que, como diria o outro, isto de destruir direitos sociais é como o "ketchup" - quem, acabado o subsídio, não tiver como sobreviver não sobrevive pois acaba também o prolongamento extraordinário do subsídio social de desemprego.

E é com um subsídio mais baixo e durante menos tempo, ou sem subsídio nenhum, que milhares e milhares de portugueses terão que pagar, a partir de hoje, mais 1% pelo pão nosso de cada dia.

É justo, alguém tinha que pagar o descontrolo orçamental e o preço do champanhe já está pela hora da morte." in JN de 1/7/10

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