25 de Abril - 1º de Maio

Numa altura em que se vivem grandes transformações e incertezas, em que o nosso País passa por uma crise onde a "engenharia" é só para o que interessa, onde a comunicação social está controlada, onde a moda neo-liberal se instalou, onde as pessoas são números, produtividade e descartáveis, onde impera a insensibilidade social, onde se fecha tudo, onde se atropela tudo, onde se governa autoritáriamente e de forma autista, etc, etc, estas duas datas que se comemoram são motivo de reflexão.
De facto, as alternativas parecem não existir numa europa toda ela a colocar em causa o seu modelo social, onde não há grandes diferenças entre peésses e sociais democratas e onde a esquerda não tem ideias, vai ser inevitável que mais cedo ou mais tarde as pessoas abandonem a apatia e o aburguesamento por que passam e venham de novo para a rua lutar pelos seus direitos. Ou muito me engano ou grandes convulsões sociais se vão dar a médio prazo se isto continuar assim.
E aqui veio-me à memória um excelente artigo de Boaventura Sousa Santos na " Visão " de 12 de Abril, em que fala da necessidade de aprendermos com o Sul, sobretudo com a América Latina e a Bolívia em particular, onde se vai reinventando a democracia e a esquerda com práticas sociais inovadoras, sendo os povos indígenas a protagonizar este processo em que " em contraste com a esquerda europeia estas pessoas são militantes de causas e não funcionários de coisas".
Ao menos uma esperança e um exemplo.