La langue Française ... Elle existe...

Faz algum tempo que mão amiga me ofereceu uns convites para ir à Casa da Música ouvir o cantor e actor francês Charles Suberville, acompanhado (magistralmente) ao piano por Thierry Wendremaire.

Durante o excelente espectáculo, ao escutar canções e poemas de Brel, Aragon, Ferré, Caussimon, entre outros, dei por mim a pensar que afinal a língua francesa ainda existe...

Eu, que estudei esta língua por 5 anos, que fiz a Faculdade a ler em Francês as obras de Duby ou Le Goff, que leio directo, sem ir muitas vezes ao dicionário, que até falo mais ou menos, sem grandes pontapés na gramática, fiquei surpreso como estou tão afastado da francofonia...

Desde que o Inglês impôs a sua lei e está por todo o lado, sem querer deixamo-nos absorver quase completamente por este idioma.

E recordei Sartre, o Maio de 68, os filmes que se viam de grandes realizadores como Lelouch ou Truffaut, dos actores como Piccoli ou Louis de Funnes, cada um no seu registo, lembrei-me da BB, da Françoise Hardy ou da Vartan, não deixando escapar o "Je T'aime, moi non plus", cantado pela Jane Birkin que fazia as delícias nos bailes de garagem... e de tantos vultos "de la culture française"... com a consciência que hoje pouco sei do que por lá se passa, submergido que estou (estamos) pela ditadura anglo-saxónica.

E foi para combater isso mesmo, que logo a seguir comprei ,na versão francesa, a obra de Stéphane Hessel, "Indignez Vous" que nos exorta à reflexão e à resistência, indignando-nos contra as políticas e injustiças que grassam neste Mundo.