terça-feira, outubro 05, 2010

António Tavares da Fonseca - Um Republicano.






Natural de Dornelas (1879), Sever do Vouga, veio muito novo para a Cidade do Porto, fixando-se inicialmente na freguesia do Bonfim, tendo aí desenvolvido uma intensa actividade política como defensor e propagandista do republicanismo.
Ao lado de figuras como Afonso Costa, com quem tinha uma enorme amizade e que foi sua testemunha no primeiro casamento, António José de Almeida e outros destacados republicanos, foi erguendo a sua voz nos diversos comícios no tempo da Monarquia, fazendo parte da Comissão Municipal do Partido Republicano e da Direcção do Centro Democrático do Porto. Ocupou durante 32 anos o cargo de Secretário da Administração do 1º Bairro do Porto.
Sempre ligado ao PRP, veio a fundar e dirigir o Semanário Republicano “Vida Nova” entre 1922 e 1927 e foi também signatário da “Declaração dos 39”, que deu origem ao “Núcleo Republicano Regionalista do Norte”, movimento criado no interior do PRP que pretendia já nessa altura a regionalização, que existiu entre 1920 a 1924 e agitou profundamente as águas do Partido. Nesse movimento fazia parte da sua Junta Política.
Aí se defendia já a necessidade de “libertar a vida local do Terreiro do Paço, facto que haveria de contribuir para a felicidade do País”, desiderato que se continua a impor hoje em dia.
Após a queda da República em 1926 e sua substituição pela Ditadura Militar, António Tavares da Fonseca continuou a lutar pela Liberdade e pela Democracia, o que lhe valeu a prisão e a deportação em 1930 para os Açores e para a Madeira.
Faleceu em 1948 vítima de atropelamento aos 68 anos, facto que teve eco na imprensa regional e nacional, destacando-se a sua qualidade de lutador pela democracia e serviços prestados à República.
Figura mítica na família, deixou um legado pelo amor à liberdade e à justiça que foi passando de geração em geração.
Era o meu bisavô e por isso, na Comemoração do Centenário da República, lhe faço aqui a minha homenagem sentida.

2 comentários:

Anónimo disse...

Amigo
Grande post e uma grande evocação.
Lendo isto, e porque um outro personagem da história pátria, o aviador Francisco Sarmento Pimentel, também esteve preso nos Açores, no caso no forte de S. João Baptista, vou enviar-lhe (logo que possa) por e-mail umas fotos que tenho (por ele, como meu amigo, mas teroferecido quando andei a escrever a monografia histórica da minha região), dizia, para eventualidade de entre as pessoas fotografadas, ou seja que estavam na altura nesse local, possa estar este grande republicano em apreço, o seu bisavô.

Feijão disse...

Boa lembrança, no timing certo, e óptimas fotos. Boa!